segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

As multidões também estão online


Conectada, cantora se revela atenta aos novos tempos da música e prepara lançamento de loja virtual, a CL Store.
Por onde Claudia Leitte passa, arrasta uma multidão. Foi assim no grandioso show hi-tech, na Praia de Copacabana, que marcou o início da sua carreira solo, em fevereiro. E, não é diferente na internet - a cantora é dona da maior comunidade de um artista no Orkut.A apresentação, para 700 mil pessoas, nas areias da mais famosa praia do Rio, surpreendeu pela imensa estrutura (o palco tinha 15 metros de altura, por 36 metros de frente) e a grande presença popular.
“Quando vi aquele mar de gente, fiquei apreensiva”, lembra.A megaprodução, que consumiu mais de R$ 3 milhões, oferecia imensos telões, chuva artificial, lasers, plataformas móveis, luzes controladas por computador, além de inúmeras trocas de figurino. Tudo registrado por 22 câmeras, apenas duas a menos do que usado no show dos Rolling Stones em 2006.
O investimento grandioso tem explicação: o evento precisava servir como um cartão de visitas de peso da nova fase da cantora. Afinal, hoje os artistas - mesmo os mais populares, como Claudia - não ganham dinheiro com a venda de CDs e DVDs, e sim com shows.
Estima-se que para recuperar o investimento seria necessário vender mais de 1 milhão de cópias - algo praticamente impossível nos tempos do MP3.Eis o novo modelo de negócios da música - ainda em consolidação - na era digital. Claudia conta que não sofreu com a queda nas vendas das mídias físicas e confirma a tese: “Para mim, desde sempre, o que funcionou são os shows ao vivo”.
A cantora, que está grávida de 8 meses, costumava manter a média de 12 apresentações mensais.Super conectada, Claudia afirma não desgrudar dos seus aparelhos tecnológicos - ela tem até um PlayStation Portátil rosa (!). Mesmo assim, ela confessa que sonha em se livrar de todas as amarras digitais. “Adoro a idéia de um dia viver na praia, em uma casinha bem simples, com minha família e mais alguns discos e livros”, conta ela, que está de mudança marcada para uma “casa inteligente” - tipo do desenho dos Jetsons, com vários itens automatizados.Desde 2004, muito antes portanto da carreira solo, Claudia já percebia na web uma importante ferramenta para estreitar os laços com o público.
Foi naquele ano que ela começou o seu blog, no melhor estilo diário virtual. “Sempre gostei de escrever. E no blog posso falar sobre o que vivo, penso, além de agradecer o carinho e ter um contato mais direto com os meus fãs”, explica ela, que, às vezes, usa seu iPhone 3G para postar.O site oficial da cantora, que oferece link para todas as suas iniciativas na rede, como blog, canal de vídeos no YouTube, etc., recebe mensalmente mais de 9 milhões de page views.
De olho nessa bela audiência - e nas ainda pouco conhecidas opções nacionais para se comprar musica na web - a cantora prepara, ainda para este ano, a CL Store. “Lá quero disponibilizar além das minhas músicas , produtos com a minha marca, como camisetas, materiais escolares, etc.”, conta.
Quer dizer, as pessoas podem até não gastar mais dinheiro comprando o álbum do seu artista preferido - efeito da pirataria -, mas continuam apaixonadas pela música e seus ídolos. E estão dispostas a gastar um bom dinheiro com essa paixão. É preciso, portanto, se adaptar aos novos tempos. E como disse a própria Claudia ao ser questionada sobre o papel das gravadoras na era digital, onde novos artistas surgem a todo instante: “É clichê, mas ‘o novo sempre vem’ e se você o ignora, ou simplesmente não se atualiza, pode correr um grande risco”.

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